quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Filme - WALL·E



WALL-E, abreviação de Waste Allocation Load Lifter Earth-class, é o último robô deixado na Terra. Ele passa o dia arrumando o lixo do planeta. Mas por 700 anos, WALL-E desenvolveu uma personalidade e é mais do que um robô. Ao avistar Eve, uma sonda mecânica em missão à Terra, ele se apaixona e resolve segui-la por toda a galáxia.

WALL·E é um filme de animação americano de 2008 produzido pela Pixar Animation Studios e dirigido por Andrew Stanton. A história segue um robô chamado WALL·E, criado no ano de 2100 para limpar a Terra coberta por lixo. Ele se apaixona por um outro robô, chamado EVA, que tem a missão de encontrar pelo menos uma planta na superfície do planeta Terra. Ele a segue para o espaço em uma aventura que irá mudar seu destino e o destino da humanidade.


O filme se passa no ano de 2815 d.C, época em que a Terra é um planeta abandonado e coberto por lixo, resultado de décadas de consumismo em massa, facilitado pela megacorporação Buy-n-Large (BnL). Desistindo de restaurar o ecossistema, a BnL evacuou a Terra, levando a população a viver no espaço em uma nave estelar chamada Axiom, totalmente automatizada, deixando no planeta apenas um exército de robôs compactadores de lixo chamados "WALL·E" para limpeza durante um período de cinco anos. Entretanto, no ano de 2110, o ar da Terra se tornou muito tóxico para suportar a vida, forçando a humanidade a permanecer no espaço indefinidamente.
No começo do filme, apenas uma unidade WALL·E permanece ativa, tendo desenvolvido personalidade própria, e desenvolvendo também personalidades humanas, o hábito de coletar vários artefatos do lixo enquanto realiza seu trabalho e se tornando amigo de uma barata. Um dia, WALL·E descobre uma pequena planta crescendo em meio ao lixo e a leva para casa, em um depósito.
Mais tarde, uma espaçonave aterrissa e implanta EVA, uma robô avançada, enviada pela nave estelar da BnL, com a diretriz de procurar sinais de vegetação na Terra. WALL·E se apaixona pela inicialmente fria e hostil EVA, que, gradualmente, se abranda e se torna amiga dele. Quando WALL·E a leva ao depósito e lhe mostra a planta, EVA automaticamente a guarda, entrando em modo de espera (diretriz) e enviando um sinal de recolhimento para a nave. Até que a nave chegue para resgatá-la, WALL·E a leva para um passeio de barco em um rio de lixo, a protege de tempestades e cuida de EVA. Quando a nave finalmente chega para resgatá-la, WALL·E se agarra à superfície exterior do foguete e parte para a Axiom.
Na Axiom, os passageiros humanos, vivendo em um ambiente de microgravidade e dependendo totalmente dos sistemas automáticos da nave, sofreram severas perdas de massa óssea e se tornaram obesos mórbidos com o passar dos séculos. O capitão da nave faz pouca coisa, deixando o controle da Axiom para o piloto automático robótico, Auto.
WALL·E segue EVA até a ponte de comando da Axiom, onde o capitão descobre, ao escanear no holodetector a amostra de planta coletada por EVA, que a Terra é habitável novamente e que a Axiom deverá fazer um hipersalto para retornar ao planeta para que seus passageiros possam recolonizá-la. Todavia, Auto ordena que o GO-4, o robô assistente do capitão, roube a planta como parte de uma diretriz final para manter a humanidade longe da Terra, já que a vida foi incorretamente considerada insustentável cerca de 700 anos antes.
Com a planta desaparecida, EVA é considerada defeituosa e enviada para reparos junto com WALL·E. Ele confunde a inspeção de EVA com uma tortura e a liberta, acidentalmente libertando também uma horda de robôs em mal funcionamento, classificando-os como robôs dissidentes. Brava com as perturbações de WALL·E, EVA leva-o até uma nave de fuga, na qual pretende enviá-lo de volta à Terra. À porta da nave, testemunham o GO-4 colocando lá a planta para iniciar uma sequência de autodestruição no espaço. WALL·E entra na nave antes de ela ser lançada, recupera a planta e escapa ileso antes da explosão. Ele então se reconcilia com EVA e ambos celebram e dançam ao redor da Axiom.
A planta é levada ao capitão, que assiste às gravações de EVA de uma Terra desolada e percebe que a humanidade deve retornar ao planeta para recuperá-lo. Entretanto, Auto revela sua diretriz de "não retornar" e arma um motim contra o capitão, desabilitando WALL·E com um taser. EVA e WALL·E são então jogados no lixo, onde são compactados para serem lançados ao espaço. EVA consegue libertar a si e a WALL·E e tenta encontrar peças para consertá-lo, mas percebe que as peças necessárias só existem no depósito na Terra.
No início do acionamento do hipersalto da Axiom, os passageiros são levados ao centro da nave, mas Auto impede o capitão de completar o hipersalto, iniciando uma luta com ele. WALL·E tenta colocar a planta no holodetector, mas Auto o esmaga ao fechá-lo sobre WALL·E. Então EVA o ajuda e o capitão finalmente consegue desativar Auto e abrir o holodetector. Eva coloca a planta no holodetector, soltando WALL·E e enviando a Axiom para a Terra.
Ao chegarem à Terra, EVA leva WALL·E para o depósito, consertando-o e reativando-o com sucesso. Infelizmente, a memória de WALL·E é apagada e ele é revertido para sua programação original. Arrasada, EVA dá a WALL·E um "beijo" de despedida, causando uma fagulha elétrica que faz com que ele recupere sua memória e personalidade. WALL·E e EVA então alegremente se reúnem em enquanto os robôs e os humanos da Axiom começam a restaurar o ambiente da Terra.[5]

A começar pelo enredo, o mundo como conhecemos acabou: e seu fim não foi causado por zumbis, alienígenas ou um grande cataclismo natural. Nada disso, o que causou o apocalipse foi lixo, sabe aquele papelzinho de bala que você jogou no chão porque não tinha nenhuma lixeira por perto? Então, esse inocente papelzinho é um dos culpados do fim, não só dos humanos, mas de praticamente toda forma de vida na terra – ainda sobram as baratas, mas quem liga pra elas?

Claro esse problema que deve ser mostrado às crianças, mas reduzir toda mensagem político filosófica desse obra à uma propaganda sobre sustentabilidade e a importância dos 3 Rs (reciclar, reduzir e reutilizar) é desqualificar Wall-E. Não é só um filminho-lição-de-moral que mostra o problema do lixo nas sociedades urbanas; é muito mais e vou explicar o porquê.

1. Classismo e qualidade de vida. Axiom, a nave que salva todos os humanos sobreviventes pertence à uma empresa privada, certamente a passagem pra um cruzeiro no espaço que durasse “alguns poucos anos” não era barata. O que aconteceu com quem não tinha o dinheiro pra embarcar? O Planeta Terra tem 7 bilhões de habitantes, isso se imaginarmos que no futuro quando o desastre começou e a nave partiu a quantidade se manteve, a bordo da Axiom só havia cerca de 200 pessoas e não há relatos de outras naves com sobreviventes, o que indica que BILHÕES de seres humanos e outros animais morreram de gases tóxicos, e só alguns pouquíssimos (provavelmente os mais ricos!) sobreviveram e vivem no luxo, sem nem se lembrarem do resto da humanidade.
Também há uma revolta de robôs que foram mandados para a sucata, uma analogia com as lutas de classe.

2. Capitalismo e política. O CEO da Axiom também era o presidente do mundo, ou seja, uma empresa privada conseguiu poder político e dominou todas as nações – imagina quem fosse contra alguma política dessa empresa ou a considerasse desleal.

3. Romance. Há um envolvimento amoroso entre Wall-E, que era um robô ultrapassado, que vivia na Terra coletando lixo (uma referência clássica a um cidadão de uma comunidade pobre, trabalhador braçal), e EVA um robô super futurista, cheio de tecnologia de ponta e que vivia no espaço (referência também, a uma cultura mais rica). Poderia ser só mais uma história de amor, à la Romeu e Julieta. Mas, não é. A relação entre os dois passa por muitos problemas e dificuldades, mas não há nenhuma forma de discriminação, seja por parte de EVA ou de qualquer outro personagem na história! Isso porque robôs não tem preconceito! Isso é uma “qualidade” humana.

4. Luta pela vida. A trama começa a se desenrolar quando Wall-E encontra uma plantinha, que prova que a vida na Terra já é possível de novo. Ele e EVA precisam entregar essa plantinha dentro da Axiom, porém o robô-navegador que controla a nave não quer voltar à Terra e por isso faz tudo para impedi-los; a “rebelião” liderada por Wall-E (meio que jogada nos ombros dele), é uma luta dos que defendem a vida contra os que defendem ostatus quo e não querem que o mundo mude de maneira alguma, mesmo que isso vá contra a natureza e a vida.

5. Comodismo. Os últimos humanos sobreviventes vivem em um estado de torpor, servidos diuturnamente pelos robôs, eles nunca se levantam de suas cadeiras e chegam a ter braços e pés atrofiados pela falta de exercício, toda interação entre seus companheiros de viagem é feita através de uma pequena tela à sua frente, que não permite verem como é o mundo à sua volta. Essa situação toda é uma crítica ao mundo atual, no qual todos vivem de olho em seus aparelhos smartphones e parecem desligados da vida. As únicas pessoas que realmente fazem alguma coisa (ou na palavra do capitão: “vivem e não apenas sobrevivem”) são às pessoas que saem de seu conforto e passam a ver o mundo de verdade, fora da tela – o casal que Wall-E, acidentalmente liberta e o capitão da nave.
Data de lançamento27 de junho de 2008 (Brasil)


Direção:  Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton e Pete Docter
Duração:  97 minutos
Ano de lançamento: 2008
Gênero: Animação, Comédia, Família

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